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terça-feira, 17 de maio de 2011

Exu

Exu era o filho caçula de Yemanjá e Orunmilá, irmão de Ogum, Xangô e Oxóssi. Exu comia de tudo e sua fome era incontrolável.


Comeu todos os animais da aldeia em que vivia. Comeu os de quatro pés e os de pena.


Comeu os cereais, as frutas, os inhames, as pimentas.


Bebeu toda a cerveja, toda a aguardente, todo o vinho.


Ingeriu todo o azeite-de-dendê e todos os obis.


Quanto mais comia, mais fome Exu sentia.


Primeiro comeu tudo de que mais gostava, depois começou a devorar as árvores, os pastos, e já ameaçava engolir o mar.


Furioso, Orunmilá compreendeu que Exu não pararia e acabaria por comer até mesmo o Céu.


Orunmilá pediu a Ogum que detivesse o irmão a todo custo.


Para preservar a Terra e os seres humanos e os próprios Orixás, Ogum teve que matar o próprio irmão.


A morte, entretanto, não aplacou a fome de Exu. Mesmo depois de morto, podia-se sentir sua presença devoradora, sua fome sem tamanho.


Os pastos, os mares, os poucos animais que restavam, todas as colheitas, até os peixes iam sendo consumidos.


Os homens não tinham mais o que comer e todos os habitantes da aldeia adoeceram e de fome, um a um, foram morrendo.


Um sacerdote da aldeia consultou o oráculo de Ifá e alertou Orunmilá quanto ao maior dos riscos:


Exu, mesmo em espírito, estava pedindo sua atenção. Era preciso aplacar a fome de Exu. Exu queria comer.


Orunmilá obedeceu ao oráculo e ordenou:


“Doravante, para que Exu não provoque mais catástrofes, sempre que fizerem oferendas aos orixás deverão em primeiro lugar servir comida a ele”.


Para haver paz e tranqüilidade entre os homens, é preciso dar de comer a Exu, em primeiro lugar.

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