DIVULGAÇÂO

terça-feira, 29 de novembro de 2011

OFÒ FÚN BIBÓ ORÍ (encantamento para propiciar a cabeça).

ORÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN,
MO NÍ ODI ÈDÙN.
ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN OKÀN,
MO NÍ ODI ÈDÙN OKÀN.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI NBÁ LÓWÓ,
T’A ÀBÁ LÒWÒ,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI BÁ À NSE,
OHUN RERE TÁÀBÁ RÍ OHUN RERE SE,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ORÍ MÌ, WÁ SE LÉ GBÈ LÉHÌN MI.
IGBA, IGBA, NÍ ORÒGBÒ NSO LÓKO;
IGBA, NÍ OBÌ NSO LÓKO .
IGBA, IGBA NÍ ATAARE NSO LÓKO.
IGBA , AJÉ KÓ WOLÉ TÓ MI WÁ.
OÒGÙN, ÀÌSÀN, EJÓ, WÀHÁLÀ,
IKÚ, ÀÍRÍJE, ÀÌRÍMU KÓ PÒÓRÁ .
TÍ EFUN BÁ WO INÚ OSÙN, ÁPÒÓRÁ .
KÍ GBOGBO WÀHÁLÀ MI PÒÓRÁ .
ÀWÍSE NÍ TI IFÁ, ÀFÒSE NÍ TI ÒRÚNMÌLÀ.
ÀBÁ TÍ ALÁGEMO BÁDÁ NI ÒRÌSÀ ÒKÈ NGBÀ.
KON KON NÍ EWÉ INÓN NJÓ,
WÀRÀ, WÀRÀ, NI OMODÉ NBO OKO ÈSÌSÌ.
ILÉ ÒGBÁ ÒNÒN Ò GBÁ NÍ TI ÀRÁGBÁ.
GBOGBO OHUN TÍ MO SO YÌÍ ,
KÍ ARÒ KÓ RÒ MÒ
ÀSE, ÀSE, ÀSE!


ÒRÚNMÌLÀ que fortifica os tristes,
Fortifique-me, eu estou triste.
Òrúnmìlà que fortifica o coração triste,
Fortifique o meu coração triste.
Senhor da comunidade, Aquele que é honrado e respeitado, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua ajuda.
Senhor da comunidade, esteja conosco (me acompanhe),
Que as coisas boas nos encontrem, e que obtenhamos coisas boas, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua a ajuda.
Minha cabeça, venha cobrir a casa e minha retaguarda.
Duzentos, duzentos, que orògbò cresça na floresta;
Duzentos, que obì cresça na floresta.
Duzentos, duzentos, que atare cresça na fazenda.
Duzentos, que o poder do dinheiro adentre minha casa.
Que as feitiçarias, as doenças, os problemas, as aflições,
A morte, a fome, a sede, desapareçam da minha vida.
Quando efun entra no osùn, ele desaparece.
Que todas as minhas aflições desapareçam.
Que a palavra de Ifá se realize, e a de Òrúnmìlà também.(como um canto)
E ao encontrarem Alágemo realizem-se através dos Òrìsà, que aceitam do alto.
A folha no fogo queima rapidamente, (que meus pedidos realizem-se assim).
Leite, leite, escorra para as crianças em quantidade, como é na Fazenda Èsìsì.
Que minha casa, meus caminhos, meus conhecidos se engrandeçam.
Que todos os meus votos façam desabrochar, e transformar-se para mim,
Afim de que ao nascer do dia eu encontre facilidades.
Assim seja!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ESPERANÇA

Senhor! Enche de esperança o meu coração e de doçura os meus lábios. Põe em meus olhos a luz que acaricia e purifica, em minhas mãos, o gesto que perdoa. Dá-me valentia para a luta, compaixão para as injúrias, misericórdia para a ingratidão e a injustiça. Livra-me da inveja e da ambição mesquinha,do ódio e da vingança. E que, quando eu voltar hoje para o calor de Minha cama, possa, no mais íntimo de meu ser, sentir que estás presente. Amém!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RESPEITO E BOM !!!!


O empresário e advogado Ademir Oliveira dos Passos está sendo processado em uma ação civil conjunta do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual da Bahia por ofensa à liberdade religiosa e destruição de patrimônio histórico. Passos é acusado de invadir e destruir 14 hectares de área verde, aterrar uma lagoa e o barracão da Roça de Cima –pertencente ao terreiro de candomblé da Roça do Ventura–, para construção de um condomínio de luxo, localizado no município de Cachoeira (110 km de Salvador).
Segundo a ação, o empresário pretende construir um condomínio-clube com 110 casas na área e se negou a paralisar a construção mesmo após o embargo da obra, determinado pela Justiça. O pedido para suspensão das obras foi feito por conta do processo de tombamento do local, feito pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Se condenado, o empresário deverá reconstruir o barracão, pagar a indenização de mil salários mínimos (R$ 545 mil) à comunidade da Roça do Ventura, além do valor de R$ 455 mil por dano moral coletivo, totalizando R$ 1 milhão. Segundo a ação, houve violação da dignidade da pessoa humana e ao patrimônio religioso, material e imaterial. O local é considerado sagrado por ser o primeiro templo do candomblé da nação “Jeje Mahin”, fundado em 1858.
Na ação, o MPF e o MPE destacaram que o empresário ordenou que funcionários da construção usassem um trator para derrubar árvores centenárias consideradas sagradas, além de aterrar a lagoa de Nanã e destruir louças do século passado, que estavam nos assentamentos dos voduns (imagem de um orixá africano que representa um guerreiro defensor do terreiro). Os órgãos fundamentaram a ação pela “imperiosa necessidade de assegurar a proteção constitucional à liberdade de consciência e de crença”.
A comunidade da Roça destacou que foram derrubadas árvores das espécies jaqueira, sucupira, ubaúba, mangueira, olicuri e são gonçalinho. Tanto a lagoa quanto as árvores foram consagradas aos orixás do candomblé. A Roça do Ventura era o local onde os adeptos mais antigos do candomblé realizavam os rituais africanos.
O valor histórico e etnográfico do terreiro foi destacado em 2008, com o início do processo de tombamento no Iphan. O registro pretende garantir a liberdade e as práticas religiosas ancestrais da Roça. O tombamento abrange um conjunto de imóveis e área do sitio, como a cozinha sagrada, o salão dos rituais, as Casas de Hospedagem do Oiá (que possui um altar), dos Pejis (local das cerimônias), a Casa dos Antepassados, além da área onde estão localizadas 12 árvores consideradas sagradas pelo candomblé e o riacho Caquende.
A Roça do Ventura está localizada na fazenda Altamira –que pertence ao empresário Ademir Oliveira dos Passos–, mas deveria ter sido preservada até um posicionamento do Iphan. Para executar a obra, o empresário teria de pedir autorização do instituto.
Depois da intervenção na área, o Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac) realizou um laudo sobre os impactos na área e classificou as obras como uma “violação ao direito assegurado pela carta magna de liberdade de crença e proteção aos locais de culto.”

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A GRANDE FORÇA DO ELEMENTO "OVO" NA CULTO AOS ORIXÁS. por Babalorisá Mauro T'osun, quarta, 16 de Novembro de 2011 às 15:10


O Ovo utilizado amplamente nos rituais de purificação, iniciação, Borí e èbós de propiciação e defesa. Existem vários contos de Ifá relatando a grande importância do Ovo. Uma delas conta que, Òlódúnmàré (Deus) estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 Ovos”, com o 1º ovo deu origem primeiramente a Òòrìsànlà-Òbátálà surgindo na explosão da luz sem forma quando literalmente Deus disse haja luz assim Òòrìsànlà surgiu no mundo, com o 2º deu origem a Ògún a forma, o 3º deu origem a Òbálúwàiyé a estrutura, o 4º ovo acidentalmente caiu de sua mão estourando no chão revelando sua riqueza originando assim a primeira mulher universal chamada Ìyàmi-òsòróngà, expondo o segredo de sua riqueza para o grande pai, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade e sobrenatural exposto a olho nu diante do Deus Supremo, nascendo assim, a fonte mantenedora da vida o Ovo possui três diferente cores associado as cores principais e primordiais do universo; o ovo de casca azul representando a cor preta relacionada ao “Aba” = a escuridão as trevas das profundezas da terra e mares, o ovo de casca branca relacionada ao “Iwà” = a explosão da luz, e finalmente o ovo de casca vermelha relacionada ao “Àsé” = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder sobrenatural. Seu conteúdo possui diversas características, o qual na maioria das vezes é branco, frágil e oval. Dele nasceu um novo ser, associado a idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo. Como um filho de asas negras = ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ que foi cortejada pelo vento = ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ. O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais chamada macro-gameta, ou seja, rudimento de um novo ser organizado, primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do fato. Germe, origem, princípio. Uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem). O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes; a 1º parte é a casca que representa o útero (invólucro mítico), a 2º parte é membrana interna que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora), a 3º parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero, a 4º parte é a gema amarela, parte intima, central e globular suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser engendrado preparado para nascer e autuar no que for necessário.

O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Yorubà, Polonesa, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Finlandesa, Hindu, Germânica, Hebraica entre outras. A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de èsú, motivo pelo qual, tanto o ovo como Èsú, desempenha uma função importantíssima no culto Yorubà principalmente no culto de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ, ÒSÚN, IYEWÁ, OYÀ, ÒMÒLÚ e etc...
Confirmando um total culto à fertilidade, magias curativas, purificando e quebrando as forças maléficas. A gema, sangue germinal unida à clara para obter nutrientes e hidratação necessária, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo, plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos rituais, numa mesma idéia de união do casal universal; Òòrìsànlà-Òbátálà e Iyémowo.
Só o que no contexto do ovo, acontece mais rapidamente não existindo nenhum tipo de vinculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical. Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso Òlódúnmàré (Deus), que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave. Por isso, o ovo é um elemento originado do criador, o símbolo mais importante representante do poder de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ a mãe universal que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, o qual faz o ovo um elemento de muito Àsé (poder realizador).
O ovo é utilizado amplamente nos rituais sob várias formas depois de encantados por palavras mágicas; na finalidade de neutralizar o mal, purificar a cabeça de um Iyawó antecedendo a iniciação, purificar a cabeça das que habitualmente irá receber sacrifícios no Orí, antecedendo o borí, purificar o caminho de pessoas que tem obstáculos na vida, tirar problemas de confusão, purificar uma pessoa com maus espíritos, tirar doença de mulheres e bebes tirar a Ikú das ou do caminho de alguém. O ovo e também utilizado nos rituais de propiciação; na finalidade de obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nós negócios e apaziguamento de certa situação quando utilizado em èbós de seu a ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ. O ovo quando cozido não possuindo mais então é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas. Já quando cozido e esfarinhado misturado ao “EKURU” também esfarinhado, este tipo de comida é utilizada para espalhar sobre o solo da casa de òrìsá, na finalidade de agradar os “AYES” (espíritos que residem na terra) espantando o mal ou neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual; os AYE sob o domínio de Ìyàmi-òsòróngà, Èsú e Òbálúwàiyé, assim propiciando abundancia e prosperidade para casa.
O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferenda tem a função tranqüilizar e refrescar. Por isso, é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão aos pés de certos Ajùbò (assentamentos dos òrìsas) na finalidade de atrair abundancia e proteção, fazendo todas as divindades compreenderem perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade, germinação de filhos, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade no útero, mais também propiciaria dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida, por ser ovo um agente naturalmente fértil. Já os ovos crus, quando “quebrando” diretamente passando na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa. Quando num èbò ovos crus são atirados no chão ou quebrados encima do corpo de uma pessoa num sacrifício de purificação vulgarmente chamados de descarrego, é na finalidade de desobstruir os caminhos tirando as dificuldades da vida ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores). Ao ser quebrado ele revela sua riqueza e seu poder tanto sobrenatural como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, assim num tipo de substituição ou troca matará o problema que aflige uma pessoa possibilitando o fim de algo ou de uma situação negativa. Por este motivo que o ovo cru deve ser quebrado principalmente no Òrí de uma pessoa, numa preparação da cabeça que logo depois irá levar ritos sacrifica-tórios; começando pelo 1º sangue negro o Agbo-tutu (sumo de ervas fresca) em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes e finalmente o sangue branco do igbin (caracol) que é espremido por cima de tudo, assim purificando, possibilitando a existência da força sobrenatural, acalmando e fertilizando a cabeça que esta no momento recebendo o puro ase , com a união dos três sangues primordiais após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade. Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-òsòróngà é respeitosamente citada e reverenciada, porque qualquer que seja o ovo lhe pertence, como relata vários Itãn-Ifá. Quebrar um ovo na rua (atirando no chão) pela manha por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-òsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo cru, este, é um simples e poderoso ritual do culto de Ìyàmi-òsòróngà, o qual tem a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo acalmando qualquer energia avessa do caminho de uma pessoa.

Como relata ifá, o ”Ovo de pato” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú (morte), a utilização do ovo de pata cru, é essencial principalmente em certos rituais e seu, com finalidade de quebrar a força da morte, doença e perdas, assim uma pessoa sairá vitoriosa obtendo longevidade, saúde e ganhos. Quando cozido e esfarinhado é utilizado como agente purificador passando pelo corpo de uma pessoa em èbós de Egungun ou Onilé (para dentro da terra), também como casca e tudo é transformado a pó (seco ao sol) utilizado no igbà-Orì e assentamentos dos Òrìsá de relação com ikú Ex: Èsú, Ògún, Òbálúwàiyé, Iyewá, Òmòlú, Erinlè, Ibeji, Sàngó, Oyà, Iyémowo, Òòrìsànlà, Ajaguémó, Iroko, Yòbá, Onilé, Egungun e Gèlèdè.
Como relata Ifá, o único Òrìsá que não possui relação com ikú é o òrìsá Òsún, por ela não aceitar qualquer relação com situação de morte, também não aceita que os animais em seu culto sejam sacrificados (mortos) encima de seu Okuta. Por motivo não admiti a utilização de qualquer utensílio de cor escura, marfim, osso, buraco, agressividade e doença, os quais possuem totais relações com a morte. Isto também explica o porquê Òsún não aceita que suas filhas morram facilmente, assim Òsún os protege dando longa-vida numa ação de prolongar o Maximo o contato com a morte, todos esses aspectos de Òsún estão relatados nos Itãns do Odu Ósé.
Assim, o ovo de pata é amplamente utilizado nos “Èbós–Aiku” (sacrifício de longevidade) tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.
Fica claro que o ovo utilizado na casa de Òrìsá é um elemento de Ìyàmi-òsòróngà sendo um utensílio de muito àsé.

Classificação dos Ovos

Ovo de galinha cru – purifica e tranqüiliza.
Ovo de galinha cozido – tirar doenças.
Ovo de galinha esfarinhado – neutralizar negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundancia
Ovo de pata cru – enfraquece a força da morte, doenças graves e perdas.
Ovo de codorna – Neutraliza feitiço.
Ovo de D’angola – propicia dinheiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios
Ovo de pombo – propicia tranqüilidade e fertilidade.

TEXTO RETIRADO DO SITE EGBE IFÁ HERDEIROS DE IFÁ/GO
GOIÂNIA, GOIÁS, Brazil
DIRIGIDO POR AWOFÁ IFÁKEMI MIGUEL TI’ÒBÁTÀLÁ

terça-feira, 15 de novembro de 2011

EU ACREDITO !

Precisamos viver !!!!!! E pra viver temos que aprender a arte de sobreviver as lições da vida, pra mim nada nunca foi facíl, sou uma pessoa que  acredita nas pessoas com muita facilidade. isto não facilita passar as minhas passagens , sem dores muito pelo contrário , elas acontecem e cada vez com mais intensidade,mas também me ensina a superá-las com mais facilidade.
Eu estou muito firme de minhas escolhas, e a maior delas foi minha família em nome desta escolha e para mantê-la unida , firme, fiz a minha escolha religiosa.Esta tem me mantido em pé , mesmo qdo tudo desaba, me alimenta a alma , qdo tudo pareça perdido no rolo compressor desta vida, as dores vão seguir pela vida a fora mas se elas me abalarem demais, vem aquela energia maravilhosa e me recupera a fé no ser humano , na nossa capacidade de aprender novos caminhos, novas maneiras de seguir  e em que precisamos crescer pra evoluir. 
Tive muitas duvidas, mas meu Orisa esta ultima semana me mostrou vários caminhos e como eu poderia confiar em mim mesma e na minha capacidade de fazer o meu melhor sempre e que se fosse preciso ela era meu amparo,minha fortaleza meu porto seguro. Eu acredito , eu posso, minha fé alimenta meu conhecimento e vai guiar meus passos até onde eu preciso chegar, para ser a pessoa que "Iya mi Oba" acreditou, confiou que eu seria um dia ! Muito Obrigada minha mãe por acreditar em mim e me conceder filhos lindos  Ase o.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Responsabilidades

Muitas pessoas se perdem ao tentar se encontrar, em outras pessoas e assim dividir com esta pessoas as responsabilidades das escolhas.
Acredito que as pessoas devam se encontrar com elas próprias antes de tentar encontrar seus pedaços em livros, canções , escolhas religiosas, profissionais e tudo mais .
Claro que muitos iram me chamar de irracional , pôr tentar transformar o auto conhecimento em algo simples e corriqueiro.
Até por que não o é!
Mas como uma orientadora religiosa, cada vez mais percebo a necessidade das pessoas em encontrar a  respostas para todas as dúvidas, escolhas, caminhos  em um jogo de búzios, em uma consulta com seu guru.
Os Orisas seres divinos, conhecedores do intimo de cada um de seus filhos não nos dão a decisão apenas o conselho pra seguir o melhor caminho, mas sempre podemos optar por seguir ou não o conselho. Podemos tudo só não podemos esquecer que a  responsabilidade de nossa escolhas só cabe a nós mesmos. Sejamos sinceros conosco ao decidir o caminho a tomar e a aceitar as conseqüências de nossas escolhas, paremos de tentar colocar no colo dos outros a obra que só pode ser assinada por nós. Hoje eu não convivo com a pessoa que me iniciou e orientou pelo caminho da religiosidade, mas trago dele o maior dos ensinamentos seja coerrente com suas escolhas e a vida será melhor. Aprendi a ser responsável por cada escolha e não culpar os outros por escolhas erradas e nem ficar somente  com os louros das que deram certo. Se acertar foi minha escolha e se errar também. Até hoje aos meus 46 anos foram muitos acertos e mutos eros.  Iya mi Oba me orienta a seguir sempre pelo caminho da hombridade, sinceridade,humildade e do aprendizado por que somos eternos aprendizes. Ela não me deu a formula mágica da felicidade apenas me ensinou, que posso ser feliz com bem menos do que pensei por que muitas coisas das quais imaginei ter um valor inestimável nem vou poder levar comigo quando for a hora de prestar contas da minha vida. Bom dia ! que meu desabafo tenha serventia pra pelo menos uma pessoa ira ter valido a pena.

Acho que o segredo esta em esperar menos do outro e batalhar pra nossa mudança.

Iya Kathya d’Oba

domingo, 3 de julho de 2011

ESPERANÇA


Tenha ânimo forte.
Não desista. Persista.
Imite a corrente da água que escoa sem cessar, apesar dos empecilhos da marcha. Sorria, apesar de tudo.

Sorrindo, não há mágoa que possa subsistir em seu coração. Esforce-se. Recorde que a vitória por ser verdadeira precisa ter sido difícil.

Ame o mais que possa. Com amor, será mais fácil vencer as dificuldades.

Lutar, continuar sempre, é saber desfrutar o verdadeiro sabor da vida. Viva intensamente cada minuto de sua vida. Sorria o mais que possa, e a vida ha de sorrir para ti.

Encaminhado gentilmente por Vera Regina

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ori

ORI
ORI LO NDA ENI ESI ONDAYE ORISA LO NPA ENI DA O NPA ORISA DA ORISA LO PA NIDA BI ISU WON SUN AYÉ MA PA TEMI DA KI ORI MI MASE ORI KI ORI MI MA GBA ABODI.

TRADUÇÃO:ORI é o criador de todas as coisas ORI é que faz tudo acontecer, antes da vidacomeçar É ORISA que pode mudar o homem Ninguém consegue mudar ORISA ,ORISA que muda a vida do homem como inhame assado AYÉ*, não mude o meu destino Para que o meu ORI não deixe que as pessoas me desrespeitem Que o meuORI não me deixe ser desrespeitado por ninguém Meu ORI, não aceite o mal.

MUDE A SUA VIDA REZANDO ORI .Esta reza é para ser feita todas as manhãs, ou pelo menos 4 vezes na semana. Ao acordar, pela manhã, bem cedo, não fale com ninguém. Vá até o seu quarto de Òrìsà, em frente ao Igbá de seu orisá fun fun (Obatalá). Caso não tenha em casa, vá à uma área onde vc veja o Sol nascendo. Coloque um eniyn (esteira), caso não tenha, coloque um lençol branco. Ajoelhe-se, de frente para o Sol. Pegue um pouco de Gyn e bocheche, cuspindo para o lado. Não engula o Gyn. Pegue um copo deágua fresca. Molhe o centro de sua cabeça e invoque ORI dizendo: Ori oooooo. Ori oooooo.Ori ooooo. E então comece a Reza. Não é necessário rezar em Yorubá, caso encontre dificuldade com a língua. Lembrando que na cúltura nagô, o Orí é ainda mais importante que o Èlèdá (Orixá de cabeça), pois se Orí não aceitar, o Orixá não será feito. Então vamos cultuar Orí, nossa cabeça, a verdadeira morada do divino.

Púpà àsé gbogbo! Muito Àsé para todos!

sábado, 18 de junho de 2011

EXPERIMENTO

Vamos fazer.... 

beijos


Quando eu li o livro de Clarissa Pinkola, "Mulheres que Correm com os Lobos" Eu encontrei algo que eu gostava, "Eles dizem que tudo o que estamos procurando, nós também olhar para nós e se nós estamos ainda nos encontrar. É consumindo tempo de espera. Uma vez que você é, não se mexa. Rest. você vai ver o que acontece em seguida. "

Eu tenho que escolher 12 mulheres (que moldaram a minha vida) e aqueles que você acha que gostaria de participar. Eu acho que se estas mulheres estavam numa sala juntos, nada é impossível. Espero para escolher os 12 correto.

Espero que meus abraços e gestos de gratidão e amor eu me lembro como você é especial. Nenhuma mensagem de outras adicionais, só tem que enviar esta mensagem a 12 outras mulheres e me diga o que acontece no quarto dia. Tente não quebrar o ciclo. Faça um desejo antes de ler o próximo parágrafo um desejo ainda? esta é a última chance de fazer um desejo.

"Eu agora experimentar a paz dentro de si mesmo, você confia que você está exatamente onde você pertence, não se esqueça das infinitas possibilidades que nascem da confiança em si mesmo e aos outros / I, você use os dons que você recebeu e para transmitir outros / I amor que lhe foi dado. eu quero que você seja feliz consigo mesmo por quem você é. que esta sabedoria para resolver em seus ossos e deixe sua alma cantar, dançar e amar livremente. Ele está lá para cada um de nós ".

Agora enviar esta mensagem a 12 mulheres nos próximos 5 minutos, me incluir-me, eu conto como 1 .... você vai ver porque .-

terça-feira, 14 de junho de 2011

INICIO

seguindo .....
A Religião dos orixas e uma religião de festa e " divisão de comida que se come junto, de preferência de mão" a meira cultural ( na Tradição) de comer que , segundo os mestres e mestras , preserva o axé. Hoje em dia o "comer de mão" vem sendo substituído , de forma radical, pelo uso de talheres( horriveis) de plástico distribuído durante a liturgia , o que pode ser bom pelo lado de higiene e da facilidade , mas péssimo pelo lado do axe. Seja lá como for, os antigos costumam dizer que "tudo no candomblé começa e acaba com a comida". 
Os alimentos contem axe- Ou seja , são sagrados _ e cada orixa tem sua iguaria especial, que lhe e oferecida pelos filhos e devotos.
Mas conforme costumamos dizer: Atenção ! O orisa não como só, bem como não se des´perdiça comida na referida tradição religiosa. O desperdício ofende o orisa e não e fonte de vida, por que muitas pessoas não tem o que comer o que necessitam e desejariam consumir. Uma parte ideal da comida colocada para a divindade.Outra e dividida entre os presentes à festa, que sera muito mais plena se muitos e muitas comerem da comida sagrada, celebrando com a divindade o fato de estarem vivos e com saude. 
O Orixa não impõem restrições ou regras para que os humanos participem do banquete sagrado. Quem estiver presente a Casa é convidado a comer e beber por que , afinal, não cai uma simples folha de árvore se não for da vontade do Orisa. Quem chegou que se sente , relaxe e coma , dando graças pelo aqui e agora. Entristecem-nos as religiões que impõem condições humanas( premiação e exclusão)no que diz respeito a participação da mesa do sagrado. cremos que esses ágapes ficam reduzidos a meros atos mecânicos nos quais a Graça , que antes deveria ser livre ,acaba relativizada. 
Não acreditamos que o ser humano, apenas por iniciativa própria , mereça o bem ou o mal .Não somos merecedores da graça que liberta, nem dos infortúnio desta vida, alguns insuportaveis sem o auxilio do transcendente. Temos que nos esforçar em prol da vida, respeitando o outro e os seus direitos , tentando trabalhar nossos aspectos frágeis da melhor forma , sempre contando com a misericordia de Olodumare , Olofin e Olorum em suas múltiplas faces.A misericordia divina esta presente em todas as religiões que enxortam a vida e repudiam o mal 
A religião do orixas não e diferente das demais.Acredita-se que o sagrado chegue primeiro e é ele quem convida a comer junto .Somos meros instrumentos da divindade.E nada melhor do que desfrutar da companhia de Nanã, uma das manifestações primordiais do sagrado 

terça-feira, 7 de junho de 2011

PROJETO BRASIL COM ARTE

Um trabalho do Antropologo Vilson Caetano e do Artista Plástico Rodrigo Siqueira do Projeto Brasil com arte,vale a pena conferir. 
Katia D' Oba 

INICIO- por Cleo Martins


Muitos leitores sabem que os Orixas são divindades do povo Iyoruba, e de suma importancia para a estruturação do mundo religioso afro-americano. Esse povo e encontrado na Africa ocidental, entre Badagri , a oeste , e o rio Benin, a leste .sdeus principais rteinados esta na Nigeria e em parte do antigo Daome, atual Republica do Benim. 
Os orixás 
Para , muitos religioso, os Orixas sao deuses . Para  outros, são entidades espirituais, especies de anjos comandados por Olorum, sincrezado com o Deus judaico-cristão. Para alguns religiosos com espiritualidade mais ecumenica, os orixas são considerados manifestações  culturais de um criador de infinitas vozes e acs. A questão e fascinante . 
Olorum senhor dos céus, Oloduamre,o senhor da criação e Olofim, o senhor do infinito, compoem a trindade incriada . São o criador ( ou criadores) de tudo oque existe , embora haja quem afirme que Olorum, Olofim e Olodumare sejam sinonimos da mesma divindade infinita , criadora de tudo o que existe ho Orum (  o Ceu) e no Aiê (a Terra )


A Iniciação 


A religião dos orixas não e proselitista ( Aquele que se converteu a uma religião diferente da que tinha. )
Pra que  alguem se torne sacerdote ou sacerdotisa de um determinado Orixa é preciso , anters de tudo que a divindade tome a inicitiva da escolha, chamando o neofito (noviço) ao sacerdocio. Esta vocação é composta de sinais, discernimentos, reconhecimentos. É um pocesso complexo e importante , a exemplo do que  ocorre nas demais religiões . Não há a minima diferença. Vocação e sempre vocaçãoe a divindade não erra. Nós e que precipitamos, algumas vezes, na leitura de sinais. A iniciação de alguem sem a verdadeira vocaçãosempre termina em tristeza e amargura. É nencessário que o dicernim,ento vocacionalseja feito por pessoas experientes e sabias. Ninguem entra em um templo de culto aos orixas e pede para ser iniciado, pois isso não depende da vontade deste alguem; tal fato tampouco impede que qualquer pessoa seja adepta da religião do orixas.
A iniciação de um alorixa ( Fiho de Orixa) leva no minimo  sete anos e consiste em uma etapa inicial seguida por complementações realizadas no terceiro e nos sete anos  subsequentes. Ordinariamente, a primeira fase é de reclusao absoluta e dura 16 dias para a maioria dos orixas inicidados ( com exceção de Obaluaie, para quem leva 14 dias , e Xango, para quem leva doze dias )alem de meses de preceitos,isto é , de observancia de regras e restrições de carater religioso. A segunda fase , realizada tres anos depois, dura tres dias e a derradeira, chamada obrigação de sete anos( excetopara os filhos de sangocuja a iniciação se completa no decurso de seis anos ),dura sete dias. A obrigação de sete anos e a mais solene das obrigações por que nela o iniciando adquire o grau sacerdotal pelo resto da vida, completando a iniciação, que antes estava " no meio" ou no" principio do caminho ". Após esse período, o olorixa, que era chamado de "Iyao"passa a ser conhecido como ebames (mais velhos)  , sarcedotes e sarcedotisas dos Orixas para os quais foram iniciados , compoem toda a complexa hierarquia das comunidades- terreiro.Assim como existe o chamado espiritual para o sacerdocio, ele tambem existe para o sumo -sarcedocio de uma comunidade : a escolha de um Babalorisa pressupõe a vocao , em especial quandose trata de sucessão pelo falecimento do Pai ou da Mãe do Ile. O babalorisa (ou a Iyalorisa)deverá ser uma pessoa dotada d liderança e tino administrativo, alem de conhcedor profundo de sua religião e dos costumes da casa que lidera. 


A DANÇA DOS ORIXAS 
Em geral, a coreografia dos orixas e obervada por todas as casa de candomble da mesma nação. A liturgia ( ordem das cerimonias) dos orixas é riquissima, colorida, de exaltação do belo , harmônico e estético. 
O iniciado deve se empenhar em aprender as danças liturgicas, em especail as dedicasda ao seu orixa.
Os cuidados com sua vestimenta liturgicas de festa, é imprecindivel como prova e testemunho da vida religiosa , do amor e da intimidade que deve existir entre o iniciado e o Orixa. 
A dança e uma forma peciliar de comunicação e veiculo do sagrado, porque  tudo é dança. A divindade celbra dançando, abençoa dançando e ensina e corrige dançando. dançando, o orixa aponta seus Ogãs, Equedes, Obás e por intermédio da dança que são chamados os orixas dos abiãs( os não iniciados) no precesso de iniciação. segue....

domingo, 5 de junho de 2011

FAMILIA


"Família " O que vem a ser uma família? "Todas as pessoas do mesmo sangue, como irmãos,sobrinhos etc. Grupo de seres ou coisas que apresentam caracteristicas comuns."Quais os deveres de uma família , manter unidos um grupo de pessoas distintas entre si por meio da comunicação, convivência e tolerância, sentimento,interesse mútuos e o não menos importante a Fé . Sim e qual o dever para com esta família, a verdade,o amor fraterno, a existência do sentimento da união, o manter vivo a fé . Muitos de nós não somos capazes de manter nossa família.
à deixamos no percorrer do caminho e esquecemos o sentido da palavra família. Ser família não e estar em família, o sentimento que reune uma família jamais poderá ser apenas palavras. Então muito cuidado quando afirmar a alguém você é minha família pois poderá estar mudando uma trajetória de vida pra sempre , dando esperança a alguém que jamais a teve e assim sera responsável por este ser que acabas de cativar. Seja coerente com seus sentimentos, precavido com suas palavras e responsável por seus atos. Ao dizer "minha família" saiba da responsabilidade e do impacto que ela poderá resultar nos caminhos e nas escolhas deste ser. Será que você tem uma família? E responsável pela sua família ?
Eu tento pelo menos estar entre a minha família aprendendo em cada palavra e ato a melhor maneira de continuarmos a ser uma Grande Família .Procurando não permitir que os desmandos da atualidade como , diversidade de opiniões , fatores financeiros,e escolhas sexuais , sejam argumentos e alimentos para discussões e desentendimento.A batalha e diária e permanente mas e valida e valiosa. Tenham todos uma excelente semana .

quinta-feira, 2 de junho de 2011

OYA - divindade da transformação !


Princesa real da cidade de Irá, em Nupe. Viveu por volta de 1.450 antes de cristo.
OYA é a dona dos raios, dos ventos e dos mortos, controla o YGBALÈ ( casa dos mortos ). Esposa de seu primo, SÀNGÓ, foi a maior guerreira que existiu na África, sua fúria era incontrolável, não temendo nem a morte. ligada as florestas que ela domina com seu ORUKERÉ, que lhe foi presenteado por ÒSÓÒSÌ. É associada aos ancestrais masculinos que ela dirige e maneja. Esta relacionada ao vermelho e é representada pelo relâmpago.
OYA teve nove filhos, uns dizem que foi com ÒGÚN, outros que foi com SÀNGÓ , oito nasceram mudos e o último nasceu um ÉGÚN e graças aos sacrifícios recomendados por IFÀ, nasceu com o poder de falar com voz estranha e sobrenatural, chamada SEGI , que imita a voz do macaco africano chamado IJIMARÈ, macaco que é consagrado aos ÉRÉS.
- 1 - IMALEGÃ - Nasceu no primeiro dia do EBOYKÙ, arrancado do ventre de OYA pelas ÌYÁMI, e foi envolvido em abanos;
- 2 - IORUGÃ - Foi envolvido na palha seca e alimentado com talos de bananeira. Nasceu com avaidade de OYA e é o preferido;
- 3 - AKUGÃ - Nasceu no terceiro dia da tempestade e foi criado nas touceiras de bambu. É rebelde. Não se deve tocar o chão do bambuzal;
- 4 - URUGÃ - Alimenta-se das folhas da bananeira e esconde-se nas florestas. Faz buracos;
- 5 -OMORUGÃ - Alimenta-se do pó do bambu que está caído no chão. Vive no milharal e fica escondido nos bambuzais observando os seres humanos;
- 6 - DEMÓ - OYA cobriu-o de lama para saber os segredos de seus inimigos. Usa pele de búfalo para acompanhar ÒSÓÒSÌ;
- 7 - REIGÁ - Acompanha os mortos e ronda os cemitérios. Esconde-se nas grandes árvores dos cemitérios e ronda as sepulturas a procura de objetos perdidos ou esquecidos pelas pessoas;
- 8 - HEIGÁ - É violento e vive perseguindo o ORI do ser humano. Propicia desastres e desordens;
- 9 - EGUN EGUN - Filho de SÀNGÓ. OYA preparou-o para combater. Êle se apossa do ser humano, fazendo-o cometer desatinos.

Carrega um par de chifres que deu a seus filhos, dizendo-lhes que se precisassem dela batesse um no outro que ela viria de onde estivesse para acudi-los, também um instrumento de madeira com o rabo do búfalo que serve para afastar os ÉGÚNS , é o ORUKERÉ.
Recebeu de SÀNGÓ o título de YÀSÁN , que quer dizer , "a senhora das tardes ", pois chegava sempre as tardes , linda e esvoasante com sua roupa de fogo.

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SUAS QUALIDADES

 OYA YGBALÈ
É a deusa dos mortos. É ligada diretamente ao culto de ÉGÚN, por isto é a senhora dos cemitérios. Tem pleno domínio sôbre os mortos, trazendo consigo uma falange de ÉGÚNS que ela controla e administra , pois todos temem o seu terrível poder.
O culto a ÉGÚN nasceu nas mãos de YBBALÈ, quando ela fora buscar uma substância que permitia a SÀNGÓ soltar fogo pelas narinas. OYA ficou sabendo que o povo TAPÀ iria invadir a cidade dos BARIBAS , então forrou na beira do rio um pedaço de PAMP vermelho, colocando em cima algumas cabaças, envocou os mortos e aquêle pano tomou vida e saiu voando na direção dos inimigos, colocando-os para correr apavorados com aquela visão grotesca e horrorosa , livrando, assim, o povo de BARIBAS e nascendo o culto de ÉGÚN. Devido a sua relação com ÉGÚN é proibido vesti-la de vermelho. Sua vestimenta é branca.

- FURÉ
Usa uma foice na mão esquerda e um ARUEXYN na direita, veste branco e por cima de suas vestes a palha da costa. Dança como se estivesse carregando na cabeça uma enorme cabaça. Em suas vestes vão pequenas cabaças dependuradas, no tornozelo direito uma pulseira de aço, tem ligação direta com o culto a morte e aos ÉGÚNS, preside a vida e a morte.
- ODO
Ligada as águas , apaixonada carnal e muito louca por amor.

-IYAMESAN
É a que foi esposa de ÒSÓÒSÌ, meio animal e meio mulher, só come caça, é a mãe dos nove filhos. Come comÒSÓÒSÌ nas matas.

ONIRA
É uma ninfa das águas doces e seu culto aqui no Brasil é confundido com o culto de OYA, por ser uma grande guerreira, também é saudada como YNHÀSAN , pois existe uma afinidade entre as duas divindades, mas seus cultos não chegaram a fundirem-se. Seu culto na África era totalmente diferente. Tem ligação com o culto a ÉGÚN, por sua ligação e laços de amizade com OYA. Também tem laços de amizade com ÒSUN , pois foi ONIRA quem ensinou ÒSUN OPARÀ a guerrear. É uma Òrìsà muito perigosa por sua ligação e caminhos com OSOGUIÁN, ÒGÚN e OBALÚWÀIYÉ. Veste o coral e amarelo, contas iguais.

- YÀTOPÈ
Tem ligação forte com SÀNGÓ. Veste o branco.

- AFEFE YKU FUNAN
A senhora do fogo e dos ventos da morte. Caminha com ÒGÚN e OBALÚÀIYÉ , tem caminhos , também , com ÉGÚN e YKU ( morte ) . Veste o branco e pode-se por um azul claro.

- AFAKAREBÒ
Não é feita em seus eleitos , é a verdadeira dona do EBÓ, é a ela que se entrega todos os EBÓS. Seus caminhos levam diretamente a ÈSÙ e ÉGÚN. Seus rituais são todos feitos no murim , cabaças e porrões.

- AFEFE
É ela quem comanda os ventos. Tem caminhos com OBALÚWÀIYÉ e ÉGÚN .Veste vermelho e branco , também usa o coral , o chorão de seu ADÉ é alaranjado .

- BAGAN
Não tem cabeça. Come com ÈSÙ , ÒGÚN e ÒSÓÒSÌ . Tem caminhos com ÉGÚN.

- PETU
Ligada aos ventos e as árvores. Esposa de SÀNGÓ , que vai sempre na frente anunciando sua chegada.

- OGUNNITA
Ligada ao culto de ÉGÚN , seu fundamento mais forte. É a senhora que caminha com os mortos .

SUAS FOLHAS
- Malva rosa, Santa Bárbara, lacre, pitanga, guiné, nega-mina, para-raio.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Oba a lider das Mulheres por Prof Vilson Caetano de Souza Junior


Oba é um dos “orixás femininos” sobre a qual recaiu uma espécie de esquecimento. Todavia, não obstante este fato, ela goza de enorme significado no universo das religiões de matriz africana. Muito pouco se tem escrito sobre a mesma, talvez por ela nos remeter a um mito original que se repete em várias culturas que fala “de um tempo em que o mundo era governado pelas mulheres.” Em alguns terreiros de candomblé que ainda preservam a figura desse principio ancestral, Obá aparece como uma caçadora. Este fato faz alusão aos primórdios dos grupos humanos que tinham a atividade coletora como principal meio de sustento. Pena que ainda hoje quando retomamos esta imagem, logo nos vem à mente figuras masculinas, contrariando alguns mitos afro-brasileiros que trazem enfaticamente a presença de mulheres a frente de grupos que mais tarde darão origem às grandes civilizações. Em todos os mitos preservados no Brasil, Obá apresenta-se como caçadora ao lado de outras como Oyá e Iewá, daí a sua ligação direta com Odé, o caçador. Outra imagem que reforça a antiguidade do seu culto é a de que tal orixá também é um rio do mesmo nome que ainda hoje corta uma parte do território iorubá. Conta-se que, após vários dias de batalha, estando os orixás liderados por Ogum e Oxalá, fragilizados pela guerra, Obá não se contentando em reunir apenas as mulheres de seu tempo, convocou todas as fêmeas do mundo animal. Ao ver Obá chegar rodeada de animais, aquela guerra foi vencida porque os inimigos fugiram de seus postos. Afirma-se nos terreiros que Obá mantém relações profundas com os animais, outra imagem antiga preservada do tempo em que os primeiros grupos humanos acreditavam encantá-los através de seus desenhos. O tempo em que os caçadores e caçadoras confundiam-se com a própria caça. O culto a Obá é ainda hoje cercado de mistério. Mistério velado pelas cores escuras, representadas pelo vermelho encarnado que compõem seus elementos rituais nas poucas vezes em que aparece. Em alguns terreiros de tradição jeje nagô, a cantiga que diz “Obá, líder da sociedade Elekô comanda todas as mulheres guerreiras”, inicia a seqüência de músicas que dentre outras coisas, lembra a sua importância como representante das mulheres como caçadora, chamando para si funções sociais, políticas, culturais e religiosas. Em outras palavras, Obá, além de desempenhar um papel como desbravadora, cabia a ela defender o grupo, o protegendo em todos os sentidos, fomentar seu sustento e garantir a sua integridade política. Os caçadores eram ainda médicos, mágicos, verdadeiros entes divinos que sabiam que da relação de sua comunidade com os ancestrais dependia a sua permanência no mundo. Daí a expressão: “Obá Elekô”. Elekô, a exemplo de muitas outras sociedades secretas, era uma espécie de “maçonaria de mulheres”, que dentre outras funções, zelava pela preservação da relação entre estas e a terra, para alguns grupos humanos, a grande mãe ancestral. Pena que apenas persistiu dentre nós, fragmentos de uma história que diz ter sido Obá enganada por uma das mulheres de Xangô que a teria induzido cortar uma de suas orelhas. Acho mesmo que a imagem da orelha cortada por Obá neste mito é menos importante do que aquilo que considero tema principal: o amor. Obá é símbolo do amor, esse principio universal que por mais esforço já se tenha feito para traduzi-lo através das poesias, das filosofias, das religiões e recentemente da ciência, ainda é um mistério, talvez por ser ele um dos mais divinos. Gosto muito da história que diz que certa ocasião muito triste por ter perdido um de seus filhos, uma mulher adentrou-se na mata e pediu a Obá que o trouxesse de volta. Adormecida na floresta, a jovem sonhou com sementes que lhes eram trazidas por um enorme pássaro. Acordada do sono, a mulher foi procurá-las. Chegando a beira de um rio, mal pode conter a sua alegria ao deparar-se com as sementes que a noite havia sonhado, ao mesmo tempo em que se deu conta de que, era ela mesma o pássaro que a noite havia visto em sonho. Das sementes plantadas pela mulher arrebentou uma planta que se transformou numa árvore de tronco escuro a partir da qual a humanidade melhor podia se representar, trazendo presente na forma de esculturas seus antepassados: o ébano. Obá, dessa maneira é a “verdadeira deusa do ébano”, não somente da madeira escura, de brilho natural que tanto nos representa através das mãos dos artistas africanos, mas a verdadeira “deusa negra” presente em todas as mulheres, nossas irmãs e mães que hoje mais do que nunca vão ao enfrentamento para defender a sua dignidade através da garantia da integridade de seus filhos. Mulheres que embora tenham conquistado espaços nas sociedades contemporâneas ainda são aquelas mais estigmatizadas, violentadas e que tem seus direitos menos respeitados. Mulheres que como Obá amam, e por isso vão a luta pelos seus sonhos e são capazes não apenas de liderar quilombos, revoltas armadas, greves, movimentos sociais, mas grupos inteiros pois assim foi desde o inicio quando Obá saiu á frente convocando todas as mulheres para reconquistar o mundo. 

 
Prof. Vilson Caetano de Souza Junior 
Antropólogo, Doutor em Ciênciais Sociais pela PUC-SP e Pós Doutor em Antropologia pela UNESP. Membro do Centro Atabaque de Cultura Negra e Teologia, Grupo de reflexão inter-disciplinar sobre Teologia e cultura fundado no início dos anos 90 em São Paulo.Professor da Escola de Nutrição da UFBA, autor de vários livros na área de Antropologia das Populações Afro-Brasileiras. 


  • Ha muito anos eu procuro um texto, uma mitologia sobre meu Orisa Oba, sempre encontro palavras vazias e sem sentido cultura e espiritual, hoje ao retomar a busca e  procurar um texto sobre minha mãe encontrei o maravilhoso texto a cima  assinado por Prof. Vilson Caetano S. Junior , simplesmente não cabe comentários apenas o deleite de palavras tão repletas de alimento da alma e conhecimento.  

Kathya D Oba 




POVO DE SANTO PARTE 5

POVO DE SANTO PARTE 4

POVO DE SANTO PARTE 3

POVO DE SANTO PARTE 2

POVO DE SANTO PARTE 1

HIERARQUIA NO ILE

Àjòiès e Olóyès , Ogãns
Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai de Santo, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos olorixás.

Iyaegbé/Babaegbé: É a segunda pessoa do axé. Conselheira, responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Posto paralelo ao da Iyalorixá ou Babalorixá.

Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores.

Iyakekere: Mãe pequena do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê.

Ojubonã: É a mãe criadeira.

Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.

Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.

Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.

Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxiliá-la, sendo ela a única responsável por qualquer falha eventual.

Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro.

Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de "cantar folhas". Geralmente filhas de Oxum.

Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi.

Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê.

Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.

Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.

Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa.

Oyê: Se relaciona com a Yaefun/Babaefun; ou seja, coisas de AWO para iniciação.

Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto.

Iyalabaké: Responsável pela alimentação do iniciado, enquanto o mesmo se encontrar de obrigação.

Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo.

Agimuda: Relação com o Ipadê de Exú. Aquela que carrega a espada. Titulo feminino usado no culto de Oya e Geledé.

Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.

Iyasíhà Aiyabá: é quem segura o estandarte de Oxalá.

Omolàra: Posto de confiança.

Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo.

Akòwé Ilê Xangô: É a Secretária da casa de Xângo. Zelo, Orô e compras.

Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.

Axogun: Responsável pelos sacrifícios. Traz axé de Ogun. Trabalha em conjunto com Iyalorixá/Babalorixá, Oloyês e Ogans. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-posto Otun e Osi.

OgaláTebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e Osi.

Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Nos ciclos de festas é obrigado a se levantar de madrugada para que faça a ALVORADA mais ou menos 40 min. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens "dobrar o Ilù" oferecer até sua própria cadeira. Também possui sub-posto Otun e Osi.

Alagbá: Ambito civil do Axé.

Àjòiè: Camareira do Orixá.

Ekédi. Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi.

Teololá: Aquela que acompanha os Obas de Xangô.

Sobalóju: Título masculino e feminino. Sendo o mais importante e atraente, o preferido do rei.

Mawo: Grande confiança.

Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun.

Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun.

Balóde: Ogan de Odé.

Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé.

Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele.

Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Il¦ù dedicado a Oxalá.

Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú.

Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé.

Leyn: Pessoa do Ogun ou Odé, que zela Ogun.

Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé.

Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá.

Gymu: Àjòiè de Omolu, que cuida de tudo que se relaciona a Omolu, Nanã e Ossany.

Kaweó: Ligado ao Ilê Ossaiyn.

Ogòtún: Ligado ao Ilê Oxun.

Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá.

Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá.

Apokan: Ligado ao Ilê Omolú.

Abogun: Ogan que cultua Ogun.


Todos os postos são de suma importâna  na casa de camdomblé , o que torna uma casa prospera e bem estrutrada e principalmente a fé, o respeito e união. 

segunda-feira, 30 de maio de 2011

EWE



Ossãe recusa-se a cortar as ervas miraculosas Ossãe era o nome de um escravo que foi vendido a Orumilá. Um dia ele foi à floresta a lá conheceu Aroni, que  sabia tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossãe e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.  Um dia, Orumilá, desejoso de fazer uma grande plantação, ordenou a Ossãe que roçasse o mato de suas terras.  Diante de uma planta que curava dores, Ossãe exclamava: "Esta não pode ser cortada, é as erva as dores". Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia: "Esta estanca o sangue, não deve ser cortada". Em frente de uma planta que curava a febre, dizia: "Esta também não, porque refresca o corpo". E assim por diante. Orumilá, que era um babalaô muito procurado por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossãe ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas miraculosas. E assim Ossãe ajudava Orumilá a receitar a acabou sendo conhecido como o grande médico que é. Ossãe dá uma folha para cada Orixá  Ossãe, filho de Nanã e irmão de Oxumarê, Ewá e Obaluaiê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os orixás recorriam a Ossãe para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossãe na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossãe oferecer seus sacrifícios. Em troca Ossãe lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens.
Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.
Mitologia Ossãe e filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre  o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências. Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde. Xangô, Rei de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyó e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc. Ossãe assistia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania. Vitoriosa,  Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas, mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo: - De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia? Assim, Ossãe continuou como o mestre das ervas. Embora os outros  Orixás também tenham suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto  das folhas, como até hoje. Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe: “Sem folha não há orixá, não há o Axé!”  (Kosi ewe, kosi orisa, diz o ditado iorubano)
As atividades de Ossãe são cercadas de cuidados quase ritualísticos. Para que um iniciado possa recolher as ervas necessárias ao culto a ser realizado, deve-se abster de qualquer bebida alcoólica e de relações sexuais na noite que precede a colheita. As folhas devem ser colhidas na floresta virgem, sempre que possível. Antes de penetrar na mata, o iniciado deve pedir licença a Oxossi e a ossãe, para isso acender vela na entrada, com o cuidado de limpar a área onde ficarão as velas. Ossãe tem uma aura de mistério em torno de si, da mesma forma que a sua especialidade, apesar de muito importante, não fazer parte das atividades cotidianas como a luta, a conquista, a comunicação ou a caça. Constituindo-se mais uma técnica, um ramo de conhecimento que é empregado quando necessário, a cura é invocada no caso de doença, com o auxílio de Obaluayê (Omulu). Orixá de sexo masculino, que em muitas histórias é apresentado como uma figura de uma perna só, confundindo-se com "Aroni" um anãozinho, que assim como o nosso Saci-Pererê, tem sempre na boca um cachimbo. Os filhos de Ossãe são pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções. Daquelas que não permitem que suas simpatias e antipatias intervenham nas suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos. Além disso, são reservados, raramente intervindos em questões que não lhe digam respeito, não sendo necessariamente introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério sobre o passado, pode estar presente mesmo quando este passado não tem mais nada a esconder.